sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Acabou 2009...que 2010 seja mais calmo!




É sempre bom refletir e pensar sobre a vida. Este ano cumpri parte do que prometi para 2009 no final de 2008. Queria refletir mais sobre a vida durante todo o ano, assim direcionando melhor as decisões que precisava tomar. Isso ocorreu até demais! Tive tantos momentos de reflexões que minha cabeça precisava de um botão para desligar do mundo. Ela não parava e quase me deixava louco. Algumas áreas eu estava insatisfeito e precisava de novos rumos, outras continuam os mesmos problemas, mas creio que a cabeça está mais madura. Passei por uma depressão, por problemas amorosos, mudei meu rumo profissional, aprendi que o amor pela vida e amor por Deus andam juntos e que devo desculpas para mim, e não para os outros. Foi um ano muito agitado e que em todas as áreas eu passei por tribulações.

Deus
Sempre bom começar assim. Dizendo que Deus é maravilhoso e que passar por tudo foi de grande valia como ser humano. Em muitos momentos pensei que não agüentaria. Cada mês foi um problema, uma dificuldade. Vários deles eu olhei para o céu e disse “Não sei se suporto isso”. Pensei em desistir de tudo e ir morar no mato, mas Deus dizia “Vai em frente que você pode”, “Segue este caminho que você irá aprender algo” e a melhor “Estou ao seu lado. Se você não conseguir caminhar, Eu te levarei”. Foi um ano muito agitado. Cheio que altos e baixos, mas foi um ano que a mão de Deus estava na minha frente. Ele me segurou em muitos momentos e perdoou erros enormes que cometi.

Blog
Foi muito bom dividir tudo através desta ferramenta chamada blog. Como é bom saber que pessoas pensam da mesma maneira que eu penso. Que passam por problemas parecidos com os meus e que precisam de palavras de apoio. Que querem dividir sua opinião e discordar das minhas idéias. São fantásticas as respostas que cada texto possui. Nunca pensei que conseguiria dividir uma parte da minha vida desta forma. Falar abertamente, e para todos, que querem ouvir sobre o que penso. E ainda melhor, é saber que as pessoas acompanham cada momento e estão ao meu lado. Agradeço a cada resposta e cada comentário. Importante: nos comentários não recebo o endereço de e-mail de vocês, alguns já conheço por nome os demais queria receber para poder se comunicar. Ou me adicionem no MSN: pauloarduine@hotmail.com.

Amigos
Sem palavras para vocês e cada um me ensinando algo. Helio e Adriano nos momentos de depressão, Kelly e Felipe me dando motivos para rir, Cícero me ajudando a pensar na vida, Paula me apoiando e mostrando que sou capaz, Silvana abrindo meus olhos para novos rumos e Clovis me acompanhando na igreja. Obrigado pelo amor e dedicação. Obrigado por me ouvirem e me receberem sempre de braços abertos.

Família
Tenho varias paixões na minha família, mas este ano três pessoas fizeram a diferença. Vinicius, Iara e Ana Clara, meus irmãos. Como foram bons os dias em que estava tão exausto mentalmente dos meus problemas e eu corria para casa do meu pai. Lá eles não queriam saber de problemas, apenas queriam a minha atenção. Mostrar o amor sincero que possuem. Como era bom chegar em casa e ver o sorriso de vocês. Em muitos momentos isso me deu força para seguir em frente. Por isso estou sempre com vocês.
Que 2010 seja bom comigo e eu possa colher parte daquilo que plantei pela jornada. Espero que este ano seja voltado para colher. Para desfrutar parte do que aprendi. Seja menos exigente. Que eu não durma tantos dias com a mente exausta pelos problemas que passo. Nunca faço promessas, mas busco desejar algumas coisas.
Vou mudar isso e prometer focar ainda mais no trabalho. Focar cuidar da minha família e ficar mais ao lado deles. Focar acertar minha vida financeira de uma vez e sentir leveza quando colocar a cabeça no travesseiro.

Que Deus esteja com todos nos nesse ano que começa na próxima semana.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Para quem devo meu maior pedido de desculpas



Levanta da cama que você vai perder a hora! Não dá tempo para dormir mais 10 minutos! Rápido, o dia será longo! Para de enrolar! Você não tem noção do que faz. Você precisa ser mais ágil.
- Me deixa curtir meu momento. Deixa-me acordar e olhar para as paredes. Ver a zona que meu quarto está! Me deixa respirar e sentir o dia começar.

Pega esse telefone e corre atrás de negócios. Você precisa pagar seu telefone e a parcela do carro vence esta semana. Você precisa colocar suas contas em ordem e parar de ser estúpido com os seus gastos. A vida não é uma brincadeira, é coisa seria.
- Tenho direito de cometer meus erros e preciso aprender sozinho a lidar com minhas finanças. Está tudo atrasado, mas Deus tem me abençoado bastante e aos poucos tudo tem se organizado. De onde vim para onde eu estou hoje, já sou vitorioso, mas claro que quero ir muito adiante. A vida não é uma brincadeira, mas não preciso perder a paz por isso.

Você precisa melhor seus relacionamentos. Você sempre começa e nunca tem seqüência. Tudo acaba e você não sabe o que houve. Você é um fracasso amorosamente. Nem problemas de relacionamentos você encara... não dá tempo! Você sonha demais e esperar demais das pessoas. A vida não é tão romântica seu imbecil.
- Sou jovem. Não preciso ter pressa e posso deixar acontecer. Deus sabe o exato momento para tudo e a todo instante aprendo a lidar com a pessoa que sou. Aprendo a conviver com pessoas diferentes, e com esses erros, encontrei o que quero e o que não quero. Não foi tudo em vão, foi aprendizado!

Olha essa barriga. Pare de comer com tanto prazer e encare a academia de forma certa. Você é relaxado e sempre se esquece de passar creme no rosto. Corta o cabelo somente quando a situação está critica. A sua unha precisa ser feita e seu guarda roupa já era! Você esquece-se de comprar uma carteira e fica enrolando até para comprar um nécessaire. Você poderia ser mais organizado e se livrar deste caos.
- Poderia estar melhor, mas poderia estar pior. Estou administrando meu tempo da melhor maneira e posso ser um pouco relaxado. Tenho o direito de ficar largado, mas sei quando devo me cuidar. Barriga é passageiro e preciso cuidar do meu negocio agora. Minha cabeça possui pensamentos e desejos mais urgentes. Não posso carregar tudo e resolver todos os meus problemas de uma vez.


Essa semana estava ouvindo uma música da Allanis que se chama “I’m sorry to myself”. Na musica há um trecho que ela menciona que deve o maior pedido de desculpas para si próprio, pois ninguém foi mais cruel com ela do que ela mesma.

Estive refletindo um pouco sobre esta musica e essas frases em itálico que escrevi acima. Em nenhum momento da vida as pessoas falam conosco desta maneira ou nos cobram de maneira tão impactante, a não ser na infância pelos nossos pais. Na vida adulta nos massacramos com cobranças de perfeição e elevação nos padrões de vida em todas as áreas. Ora queremos a plenitude na vida amorosa, ora na vida financeira. Ou então queremos tudo e chegamos à beira da loucura por haver tanta pressão. Andamos em ciclos vivendo apenas cobranças sem reações. Ficamos estagnados e amargos. Com o tempo perdemos o desejo de seguir em frente e a crença que a vida pode ser melhor escapa pelos dedos.

Nossos defeitos são esquecidos por nossos pais que nos amam incondicionalmente e pelos amigos que aprendem a lidar com os momentos da vida. Por outro lado entendemos nossos amigos e pais, mas não entendemos o que desejamos. Preferimos colocar debaixo do tapete o amor próprio e tudo que somos capazes para nos criticar. Nossos limites são desrespeitados. Falamos conosco de maneira tão cruel que ofendemos nossa alma com palavras que jamais ouviríamos das pessoas.

Por que não tratamos com carinho nos mesmo? Por que é mais complicado respeitar quem é do que as pessoas que convivem conosco? Penso que aceitar o próximo é fácil, pois a mente é egoísta e pensa que as frustrações das pessoas não são nossas. Agora nossa incapacidade é, e deve ser resolvida e não entendida.

Se aplicarmos o mesmo conceito conosco, nossa vida seria mais simples e fácil de seguir. Seriamos mais tranqüilos com nosso visual e com nossos erros. Não ficaríamos preocupados com o que as pessoas pensam e se errar, temos esse direito. Direito de ficar acima do peso, de sujar o nome com contas além do que podemos pagar. Somos seres humanos com erros e pensamentos pequenos. Para perdoarmos o próximo deveríamos perdoar a pessoa que somos. Encarar a realidade e rir das nossas falhas.

As respostas que escrevo seriam ditas, caso alguém nos criticassem, mas deveríamos dizer para nos mesmos. Ninguem nos machuca mais que nos mesmos. Deveríamos brincar mais com a nossa realidade, pois Deus está acima de tudo. Não há por que sofrer duas vezes: a primeira por circunstâncias ruins que podem ocorrer e a segunda quando os problemas são irreversíveis, por já existir. Não é preciso massacrar a pessoa que somos para seguir a diante e melhorar o ser humano que somos. É preciso encarar a vida de forma leve e se tratar com carinho. É preciso se perdoar, pois ninguém deve o maior pedido de desculpas ao outro, e sim a si próprio. Jesus Cristo perdoa nossas falhas e deveríamos fazer o mesmo por nos.

domingo, 22 de novembro de 2009

Falar, sonhar e cantar, mas não viver o amor!



Este texto é baseado numa conversa com o Felipe no ultimo final de semana. Numa cena, que de tempos em tempos se repete, estávamos no carro falando de amor. Cantando musicas meladas da Mariah Carey e deixando a mente vagar nas possibilidades que a vida concede.

Fiz uma pequena reflexão sobre as pessoas que vivem em busca de amor e o motivo de desejar, de forma até desesperada, um relacionamento. Basta olhar ao redor e sentir que tudo direciona para esse sentido. Ao ligar o radio há varias musicas romântica. Musicas de amores impossíveis. Maus relacionamento e corações despedaçados por paixões avassaladoras. Na tela dos cinemas, há variações de romances para todos os gostos. Desde amor entre ser humano e vampiro, ou o clássico, moça virgem, inocente e pobre que se apaixona pelo canalha. Mas no final ela é vitoriosa ao dar rumo à vida do sujeito. Nas propagandas de casas, apartamentos e terrenos, o casal unido que se ama é sempre destaque na hora de escolher onde morar.

Até este ponto tudo parece lindo e é o que se precisa na vida, mas o ideal de amor comercializado está fora do alcançável na vida real. Vende-se o sonho de amor avassalador, amor incondicional. Amor que vence todas as barreiras, mas de uma forma irracional. Um amor comercial que vence o orgulho e a individualidade de forma tão fácil, que qualquer ser humano deseja ter.

Quando se passa parte da infância e adolescência com este sonho, e chega à vida adulta para encarar a realidade, o choque com o mundo real é duro. No mundo real não é necessário aprender a amar, mas a ceder. Aprender a entender que cada um possui um tempo determinado para cada experiência. O ponto que um está maduro é o ponto que o outro está experiente, e temos o prazer de ensinar o companheiro a crescer e não criticar. Até por ser fácil criticar do que ajudar a evoluir. Quando uma pessoa critica, ela se mantém no ponto de inércia. Naquela zona de conforto e de apenas um observador com os seus palpites. Quando se dispõe a ajudar é necessário movimentar forças e entender a mente alheia. Essa posição é complicada com o passar do tempo, pois queremos alguém pronto. Alguém maduro e que já saiba como agir conosco.

Deveríamos aprender menos a amar, e muito mais a entender. Estamos tão apoiados na atitude de amar, que esquecemos que não basta amar. E, sim aprender a conviver com o outro. Não sabemos lidar com aquilo que é diferente da nossa realidade. Na época que vivemos tudo é mais fácil, o que faz a situação piorar. Com a facilidade de terminar com um e começar com o outro, ninguém quer se estressar. É simples terminar e buscar uma nova pessoa na próxima esquina, mas nos tornamos prisioneiros de um círculo. A lição de entender não é aprendida e novamente é preciso terminar e recomeçar. O circulo se torna sem fim.

Com o passar da vida esse circulo de busca se torna perigoso e amargo. Perdemos a vontade de arriscar e a intolerância piora. Ao conversar com alguém já buscamos na mente outra pessoa do passado com mesmo comportamento e fugimos do perigo. Não se machucar se torna um lema e é preferível ficar com a solidão.

No final culpamos o amor, mas a lição do amor foi aprendida. Faltou aprender a lidar com a vida do outro. A lidar com pessoas diferentes dos membros da nossa família. Pessoas que possuem educação e cultura diferente da nossa, e amar a essência do ser humano com seus defeitos. Amar o perfeito, para cada um, é fácil, mas amar o que é diferente aos nossos olhos é tarefa árdua

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Olhar o passado para reinventar o futuro



Conversei com um amigo hoje e fiquei refletindo um pouco sobre os erros e deslizes, ou até mesmo sobre o que acontece de “ruim” em nossas vidas. Sempre carregamos o pensamento que tudo é ruim. O que aconteceu veio nos destruir e não há propósito para situações delicadas. Que os pensamentos infelizes e medos que se tornaram reais apenas para constragimento, ao ponto de dizer: “o que eu mais temia, recebi sobre mim”.

Um pouco mais adiante, quando essas situações passam, percebi que a maioria das pessoas prefere esquecer o que houve, ao invés de refletir e amadurecer. Ignorando a mensagem que existe nessas experiências.
Na mesma linha de raciocínio, essa semana assisti uma entrevista no Jô Soares com uma comediante chamada Dada. Durante a entrevista ela falou uma frase que ficou na minha cabeça: “Ser inteligente é organizar o caos que se vive!”. Ou seja, saber ver o que passou e encontrar as arestas para arrumar os arbustos que a vida impõe.

Atualmente eu vivo um momento delicado em dois pontos que me ajudam a entender esse raciocínio: Vida Amorosa e Vida Financeira.

Vida Amorosa
Desabafar sempre faz bem, então vou em frente! Penso que depois de alguns rumos que tomei num relacionamento e pelo fim que passei, fiquei com seqüelas que não fizeram valer a pena uma parte do que vivi. Ao mesmo tempo, sinto que passei por tudo aquilo para amadurecer como ser humano. Hoje posso ver que não há como cobrar algo de alguém, se eu não posso oferecer o equivalente. E, que sensações momentâneas são tão vazias e passageiras, que seria melhor viver na simplicidade das emoções, ao invés de embarcar numa cruzada louca para experimentar tudo que a vida pode oferecer.

Recentemente até mencionei isso no meu perfil do orkut:
Queria ter me apaixonado uma vez e ter uma vida careta.
Queria não ter conhecido tantas coisas negativas e grandiosas,
e ter continuado na simplicidade da vida.

Aprendendo com o passado, eu posso olhar para trás e ver como minha cabeça mudou e me questionar: Como estaria se tivesse optado pela ignorância de apagar o que vivi e renegar o passado? Provavelmente estaria no mesmo estagio como pessoa. E, o que aprenderia sobre amar a si próprio e não se colocar em situações não dignas, se tivesse fechado os olhos para o que fiz? Se não ficasse neutro dos sentimentos que passei, como estudaria essa lição?

Essa é a importância que sinto em olhar para trás e seguir em frente. Resumindo em algo obvio que é aprender com os erros do passado. Apenas “falado”, esse ditado não tem o mesmo valor, do que para quem presencia e reconhece em sua vivencia.

Vida Financeira
Dinheiro possui um fluxo. Um fluxo de entrar e sair. De saber lidar com o sentimento do desprendimento. Saber soltar o velho para que o novo possa vir. Isso se amplia em outras áreas da vida, como a amorosa e com os sentimentos e traumas que se carrega durante a vida. Saber lidar com os defeitos que as pessoas possuem e desapegar da magoa que eles causaram.

Quando percebi isso, senti que essa era a lição que Deus queria me mostrar e me arrependi de passar tanto tempo pensando que era mal organizado e olhando apenas o lado pequeno de não parar de ter contas e questionar sem analisar a situação de forma ampla. Aprendi a olhar a vida como se não estivesse vivendo ela e organizar os sentimentos de forma racional. Aprendendo como controlar a emoção e deixa a razão ter força, sem se desesperar e tomar atitudes desnecessárias como um empréstimo ou um consumo desnecessário. Parece algo pequeno e obvio, mas lidar com os sentimentos nem sempre é fácil. Exemplo disso é controlar a carência. Nem sei quantas pessoas passaram pela minha vida apenas por carencia, mesmo sabendo desde o inicio que a relação seria um fiasco. Foi precisei viver isso para aprender a não dar passos movidos apenas pela emoção momentânea.

Ainda não estou “pleno” nessas áreas e nem sei se aprendi o que deveria aprender, mas a melhora foi significativa nesses últimos dois anos.
Financeiramente, eu consegui abrir mão de um emprego fixo e estabilizado para arriscar meu caminho solo. Sem saber como seria, mas com alguns planos e perseverança. E, está fluindo no seu tempo. Cada passo dado é uma vitoria e um tijolo importante. Se não tivesse aprendi a desapegar, jamais teria feito essa escolha.
Amorosamente, também aprendi a esperar acontecer. Deixar o sentimento existir para depois viver, sem querer antecipar o que não sei se irá acontecer. É uma lição difícil para alguém ansioso e que com vontade de família, mas não tenho me decepcionado com as pessoas como fazia antes.
“Você só vai aprender com os seus erros” diz meu pai, mas hoje eu poderia alterar para: “Você só vai aprender vivendo e olhando para trás, mas olhar para trás para crescer e não para ficar amargo e se arrependendo do que te ajuda a evoluir!”.

domingo, 21 de junho de 2009

Não ter mais chance



Nos últimos meses me sinto um pouco indisposto para fazer muito do que gostava de fazer. Correr principalmente. Eu tenho simplesmente deixado de lado e não me preocupado.

No dia 09/05 tive uma pequena inflamação do joelho, na qual precisei ficar quatro dias com gesso e tomar alguns antiinflamatórios. Claro que o tempo de gesso caiu para dois devido o mal estar que ele gera...rsrs
Nesse dias pensei como seria viver daquele jeito. Sem poder andar direito, trabalhar e correr. Sem poder fazer atividade que adoro e deixo de lado por relaxo. Pensei, pensei e pensei, e cai no questionamento: E se eu não tivesse mais essa oportunidade?

E, se eu não tivesse mais essa oportunidade de tantas outras coisas. Como seria deixar para trás oportunidades que Deus me possibilitou, que me foram concedidas por Deus, e que depois posso não ter mais.

Outro ponto que não sai da minha cabeça é meu relacionamento com Deus. Como seria perder a chance de pedir perdão, de não poder voltar mais em algumas escolhas, de me posicionar melhor na presença de Deus.
Como seria não ter mais a oportunidade de louvar a Deus? E, se não tivesse mais a oportunidade de colocar meus joelhos no chão e contar com Deus?

Quando cheguei nesses questionamentos me veio na mente um borrão preto e não conseguia ver nada além do que vivo hoje. Muitas coisas são tão “certas” na vida que não questionamos a possibilidade de perder. Aparece um borrão em nossas mentes e não conseguimos construir as imagens desse possível futuro.

Automaticamente não damos o valor devido para tudo que Deus coloca como possível em nossas vidas e simplesmente deixamos de lado muito que podemos fazer pela própria força. Ficamos tão presos em pedir milagres e impossíveis para Deus (impossíveis para nós), que esquecemos de tudo que podemos fazer pela força e com pequeno esforço.

Por um outro lado, não há como abraçar tudo na vida e muitos pontos serão perdidos pelo caminho. Não devemos ficar frutados por não conseguirmos tudo, mas alegres por mudar um pouco o que nos incomoda, por chegar mais perto possível dos objetivos traçados. Não devemos perder a busca por Deus por não sermos perfeitos, mas crer que Deus entende a natureza humana. Não devemos nos frustrar pelos sonhos que não acontecem, mas entender que há um plano traçado e para tudo existe um motivo traçado por Deus.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Amor por Deus e amor pela vida!



Analisando as linhas de pensamento que desenvolvi e vivi pela vida em relação às convicções que possuo hoje, começo a ver como Deus muda nossa lógica de existir e até mesmo de encarar vida.

Antes de muitos problemas sempre admirei as pessoas que possuem amor pela vida. Acordam sempre sorrindo e passam a vida acreditando no dia de amanhã. Acordam com expectativa que tudo se resolverá e nunca estão cansadas para recomeçar tudo de novo.
Por toda vida olhei esses exemplos, acreditando que agir nesse sentido seria a melhor maneira de viver, se não a mais próxima da felicidade. A maneira mais simples de alcançar a plenitude que sonhava.

Nesse blog, no segundo texto, elogio essa linha de pensamento. Essa filosofia não deixou de ser valida para mim, afinal seguir no lado da rua que os bons pensamentos estão é o melhor caminho a seguir. Mas, e quando a amor pela vida se perde? Quando não se pode ver o lado positivo?

Nesse momento fica o amor por Deus! Amor que alimenta o amor pela vida, amor que nos coloca a frente dos problemas quando acreditamos que Deus está olhando nossas vidas. Amor que nos ensina a ficar tranqüilo e deixar Deus agir. A aceitar que nem tudo é perfeito e o que ocorre pode ser inaceitável, mas existe uma causa. Existe uma razão para cada ato, para cada linha escrita nesse livro chamado vida.

Mudando essa linha de direção comecei a ver (muito mais!) como a vida é focada em Deus. Não que eu já não soubesse disso, mas apenas tendo a lição que senti como isso é verdadeiro.

A importância de viver

Pensando sobre tudo que Deus coloca diante da vida, me sinto honrado de muito que aprendi. E muito mesmo pela visão de como é arrogante e insensato acreditar que o problema do outro é pequeno. Principalmente quando se acredita que a fraqueza é falta de fé, fraqueza que não conheço. Ou seja, quando pensamos que o outro deveria acreditar mais em Deus para sair de seus problemas quando nem ao menos se sabe qual a gravidade do que o outro vive, nem ao menos conhecemos a essência dos problemas.

A vida de todos é tão complexa e possui tantos detalhes, traumas e momentos, como dizer que é falta de fé? Como julgar se cada ato é pessoal entre Deus e quem vive? Se cada ato pertence ao crescimento que Deus coloca durante a vida para nós aproximar Dele. Como querer entender o momento escrito por Ele?

Muitas perguntas na vida ficarão sem respostas, mais muitas serão respondidas na hora exata. No momento que Deus escreveu.

sábado, 28 de março de 2009

Mix

Vontade de viver

Nas descidas que a vida traz, ficar sem um sorriso no rosto é uma das conseqüências. Ficava pensando: Onde está a alegria que estava aqui? Cadê aquela pessoa que estava com o “foda-se” ligado para tudo? Mas que sabia a hora certa de se preocupar. Onde ficou aquela vontade inabalável de querer viver cada dia mais e melhor.

A resposta para tudo isso estava aqui dentro mesmo, pois nada disso morreu, mas adormeceu para despertar aos poucos. Despertou para buscar novas maneiras de estar bem comigo mesmo e perceber a grandiosidade que é amar a vida. Um momento de reflexão trouxe uma vontade maior de observar as coisas e perceber aquilo que está me fazendo bem. De olhar os hábitos, as pessoas, as atividades e sentimentos automáticos que nossa vida se programa para ter.

Saber conhecer os limites e respeitar minha própria vontade.

Fazendo terapia encontrei o significado exato para isso. Muitas vezes estava envolvido em processos e com pessoas, mas não estava fazendo por gosto, mas por habito. Pelo instinto de agir daquela forma que sempre agia antes, mas não existia mais vontade verdadeira. Não existia sentimento genuíno naquelas ações e isso me corroia aos poucos.

Embora ainda não conheça todos os limites, conhecer parte deles já me ajudou a ver melhor alguns ângulos que não via.

Pai

Embora sempre tão distante, sempre me surpreendo. Pensei que seria difícil achar apoio pela distancia. Ainda mais num momento mais critico, mas senti que o elo que existe quebra todas as barreiras e colocou ao meu lado uma ajuda grandiosa. Se sentir apoiado por ti me ajudou a ver que o lado positivo vence o negativo. Que colocar metas pequenas já era o bastante para me colocar de pé toda manhã.

Mãe – Irmão

Acho que falo uma língua diferente. Que penso de uma maneira que vocês não pensam, e viver todo dia debaixo do mesmo teto pode não ser suficiente para quebrar diferenças. O importante é que amo vocês independente de qualquer coisa e entendo que vocês escolheram não opinar e seguir apenas ao meu lado. Percebi também que ficar ao lado em silencio diz muito mais em certos momentos.

Amigos

Olhei muitas vezes ao lado nos últimos dias para perceber quem estava comigo. Em muitos momentos vi o Helio. Alias já vejo ele faz 15 anos...faz tempo hein. Claro que depois de tanto tempo já aconteceu muita briga, muita cara feia e muitas mancadas de ambos os lados, mas seguimos sempre em frente olhando para a nossa amizade. Olhando para sentimentos bons que plantamos, para uma cumplicidade além do imaginável e por desejar sempre o melhor um para o outro. Passamos por um longo período distante e que queria matar você por isso, mas Deus te trouxe ao meu lado na hora certa e nos momentos certos. Obrigado pelo ombro que secou varias lagrimas.

Felipe, Cícero, Silvana e Viviam... obrigado por cada ligação, por cada almoço e por sempre saber que vocês estão do meu lado. Vocês sabem que eu mudaria um mundo por vocês e sei que vocês mudariam por mim. Amo muito!

Deus

Pai obrigado por me colocar de pé e por ser Seu filho. Obrigado por fazer o dia sorrir para mim quando eu estava tão nublado. Obrigado por trazer um dia frio quando eu precisava ficar tão perto de mim mesmo. Obrigado por falar a verdade no meu ouvido e me ajudar a conhecer o melhor da vida.

terça-feira, 10 de março de 2009

Desculpa...mas foi a única maneira!

Por que contar para todo mundo que estou com depressão? Pela dificuldade de desabafar com as pessoas que eu deveria fazer isso. Pela falta de apoio que sinto ao olhar ao lado e ver quem deveria estar por toda a vida, mal conhecer a maneira que atuo no mundo.

Sei que parece ridículo para uma pessoa de 25 anos, mas isto me fez mais aliviado... Afinal mesmo agindo desta forma ainda não ouvi quem deveria dizer “as palavras” dizer.

Desculpa, mas foi esta a única maneira de colocar para fora e de dizer o que deveria ser dito, mais mudanças estão por vir e Deus sabe o motivo de cada passo.

domingo, 8 de março de 2009

O Sabor do Espelho





Na minha consulta ao psiquiatra, ele mencionou que eu havia perdido o habito de fazer algumas coisas que gostava e que isso simbolizava a perda de amor por atividades, sentimentos, sensações que eu adorava.

Seguindo esta linha de raciocínio, comecei a fazer algumas coisas que gostava e havia perdido o habito nos últimos meses.

Uma delas é escrever, e isso evoluiu de fácil modo. Questionei-me se deveria escrever de assuntos pessoais como depressão. Então não pensei e escrevi apenas, sem pretensões e objetivos, e funcionou como uma válvula de escape. Depois resolvi postar o texto e foi ainda melhor, não pelo carinho e atenção das pessoas, que me ajudou a dar força (agradeço a todos!), mas por me fazer aliviado. Senti que dividi um peso que estava me oprimindo e isso fez resultado nos últimos dias.
Recebi respostas de pessoas que passam e passaram pelo mesmo problema, e não estar sozinho ajuda. Cada um na sua particularidade e em níveis diferentes, mas todos num mesmo problema. Este que chega de mansinho e quando se vê já fez estrago.

A segunda atividade foi correr. No começo estava fugindo da esteira, mas fui. Ainda não peguei firme, mas reparei que vai exigir mais esforço para voltar. Foi um ato totalmente pelo impulso de melhorar e não me agradei muito em fazer, mas a paixão pela corrida está perdida na mente.

Outra atividade que fiz, pode até parecer coisa de doido, mas resolvi pintar o quarto e lavar toda a roupa que estava no guarda-roupa. Pintar o quarto trouxe melhora no astral em geral. O ambiente parece outro e a expectativa por mudanças e melhoras aumentam. Lavar toda a roupa, eu creio que, deve ser como tomar banho depois de um dia de trabalho, quando precisamos de energia nova.... Não sei bem se é isto, mas cada louco com sua mania.

Será que gosto disso? Fui impulsionado a gostar daquilo?

Pensar sobre as minhas atividades e buscar tudo que costumava fazer me fez refletir: Será que faço o que faço por amor, ou faço o que faço por impulso de fazer.
Comecei a questionar tudo que me senti tentado em fazer, e fazia. Comecei a buscar o sabor do que fazia, refletindo meus atos no espelho. Será que realmente gosto de conversar com pessoas novas. Será que gosto mesmo de escrever ou acho bonito escrever. Será que corria por gosto ou medo de ficar gordo, ou ainda, preciso ter medo de ser gordo. Será que realmente amo meu trabalho. Será que realmente minha família precisa de atenção, ou devo largar tudo.

Com isso a depressão reforçou um ponto na minha vida: o de procurar fazer tudo que realmente sinto paixão verdadeira em fazer. Não fazer por imposição da sociedade ou por hábito dos amigos. Se eu gosto de algo, devo fazer e não ficar com medo de julgamentos. Outro ponto foi de experimentar hábitos novos, sem o compromisso de dar ou não dar certo, vale a experiência. Vale tentar algo novo que será original para minha vida e para o meu ser. Não importa se outro já fez, fazia, ou não deveria ser assim. Vou fazer por tentativa, se vai virar habito será por amor.

Pensando nisso, hoje andei pelo centro da cidade e comecei observar lugares que nunca fui, mas que deveria ir para ver se me apaixono. Como ir numa exposição, ver uma peça de teatro e assistir um filme que ninguém nunca sabe que existe, mas que em lugares denominados alternativos se conhece e não apenas os “comerciais”. Antes já havia pensado em fazer isso por achar “cool”, e por isso nunca tive motivação de ir. Pois iria agradar os demais, e isso nunca fez parte das minhas atitudes. Agora estou pensando em ir pela tentativa de algo novo, buscar encontrar hábitos diferentes. Vamos ver se virá habito, ainda estará em teste.

Também sai para almoçar e andar em shopping. Sair para comer continua invicto nas atividades que gosto, ainda mais se estiver comendo algo diferente. Agora andar em shopping foi algo detestável. Coisa chata ficar olhando vitrine e andando pelos corredores que parecem todos iguais. Isso já está riscado da minha lista.

Deus invicto!

Nesses momentos de reflexão muita coisa vagou pela minha cabeça e está vagando, mas há um lugar que não se toca. Este lugar é onde mora o amor por Deus. De tudo que pensei e refleti, por um momento balancei, mas o amor por Deus continua intacto. Mesmo não indo na igreja, meu coração continua querendo mais de Deus!!

Amanha volto a trabalhar, depois de uma semana longe, e na terça-feira começo a terapia. Graças a Deus, começo a ver luz no fim do túnel...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Depressão

Na semana passada, durante o dia, passei por uma alteração de pressão que foi da baixa para a alta, da manhã até o final da tarde. Após uma consulta, o médico me questionou varias coisas e a única que passou pela minha cabeça era uma extrema dificuldade de levantar da cama. Esta dificuldade chegou ao ponto de ser necessário ajuda, pois a mente estava sabotando o corpo. Naquele momento tomei um remédio para regular a pressão e voltei para casa.

Esta dificuldade prosseguiu até o final de semana, e ao tentar levantar da cama na segunda-feira seguinte, deparei com esta dificuldade de forma mais forte ainda. Nesse momento não tive duvida e desabei no choro. Não conseguia sair da cama, não sabia por que deveria sair e o que faria naquele momento.

Voltei para a cama com a desculpa de não me sentir muito bem e ir ao medico para verificar, ficando na cama na parte da manhã. Numa nova consulta, em outro medico, foi diagnosticado a necessidade de uma consulta psiquiatra e um calmante para ansiedade. Nas palavras do medico poderia ser um simples ataque de estresse.

Após o remédio senti o corpo relaxar e chorei muito. Passava muitas coisas pela minha cabeça e uma delas era um sentimento de culpa por estar naquele estado. Comecei uma auto-analise e senti que estava descrente de tudo, mas não pensei em detalhes, apenas chorei muito e pedi perdão para Deus por estar naquele estado.

Fui para casa, dormi muito e não consegui trabalhar no dia seguinte. Fui afastado durante toda a semana. Com o tempo livre, fui fazer os exames, pensei nas causas e no que poderia acontecer. Refleti sobre tudo que havia ocorrido nos últimos anos.

Na quinta-feira (04/03/2009), fui ao psiquiatra. Ele não teve duvidas em falar de estresse e depressão. Durante o diagnostico, passava uma novela na minha cabeça.
Ele me questionou sobre tudo o que gostava de fazer e que havia perdido a graça. Nesse momento queria fugir de tudo, mas minha cabeça me lembrava que estava desanimado com a igreja, com Deus, com minha mãe e irmão. Que não sentia mais prazer em ouvir minhas musicas preferidas como antes, que fazer amor não tinha mais graça. O amor havia perdido a razão de ser buscado, o sonho de uma vida a dois estava acabado, se tornar grande no trabalho parecia estar fora do meu alcance.

Nesse momento me senti sozinho e sem ter em quem me apoiar. Minha cabeça me lembrava de duas pessoas: minha bisavó e meu pai.
Senti uma saudade dela como nunca sentia na vida e fazia alguns dias que estava pensado nela. Eu lembrava o tempo todo de como ela me deixava seguro e como o apoio dela seria importante nesse momento.
Pensei no meu pai pelas coisas que perdemos pelas diferenças de sexualidade e por todos os sentimentos que senti por ter desapontado ele. Por mais que ele me entenda e me respeite, eu gostaria de ser aquilo que ele sonhou para mim. Gostaria de ser o filho que ele pediu para Deus, mas entendo que Deus quis de outra forma e não questiono os motivos. Vivo o que Deus me entregou para viver e sigo em frente.

Hoje escrevo este texto, e creio ter uma carga pessoal e de confissão maior que os demais. Escrevo para tentar retomar o prazer de expressar a vida com palavras. E ainda maior que isso, buscar a base da minha vida que se perdeu. Peço a Deus por esta base que é constituída da presença Dele e dos sonhos que buscarei na minha jornada pela vida.

Conversando com amigos, eu não sou o único que passa e passou por isso, então divido aqui a minha angustia e meu estado de saúde no momento. Não sei por que estou passando por isso, mas há uma causa para cada ato que acontece embaixo dos olhos de Deus. Ao invés de sentir vergonha e me fechar, quero dividir isso. Dizer que não tenho vergonha por este momento e que estarei bem em breve.

Vou dividir no blog os momentos deste tratamento e prometo ser sincero para tentar me ajudar. Vou pesquisar alguns artigos e ler sobre o assunto, e estarei postanto o que aprender e as melhoras. Que Deus esteja comigo e com todos!


Paulo Arduine