sábado, 13 de fevereiro de 2010

Aprendendo da pior maneira



Minha relação com meu dinheiro nunca foi a melhor. Sempre acertava algo. Ficava pendente em outra coisa. Pagava uma conta e empurrava a outra. Mas sempre fui levando a vida e seguindo em frente, pois quem não está apertado ou precisa segurar o cinto com os gastos?

Para ajudar, depois de uma relação de três anos me coloquei mais fundo ainda. Gastei tudo que podia e mais um pouco. Fiquei tão pendente que não tinha conserto, até tinha, mas não queria parar de viver a vida. Precisa continuar para afogar as magoas e continuei vivendo. Curtindo e gastando o que podia, sem se preocupar em pagar as dividas.

Alguns anos depois, e no ano passado, resolvi investir numa carreira solo. Sai de uma empresa privada e arrisquei tudo. Foi a melhor decisão. Só que hoje sinto os reflexos de ter contas pendentes e de não ter um fundo financeiro. De ser inconseqüente com o dinheiro. Quando se começa um negócio do zero, você precisa de estrutura para guardar dinheiro nos bons meses, e assim ficar tranqüilo nos péssimos meses. Isso não é nenhuma novidade para ninguém e nem para mim. Só que como diz meu pai “você é teimoso...só aprende apanhando”.

Refletindo o que vivi no passado com o que vivo hoje. Deveria ter guardado quando podia. Deveria ter pagado o que devia quando conseguia. O sentimento que possuo hoje é de que quando podia pagar, não pensei nisso, e hoje que não posso ficou doloroso conviver com esse erro. Saber que fui de cabeça num buraco sem fim.

Mas aprendi o valor daqueles reais gastos com baladas desnecessárias. Com roupas que usei uma vez. Dinheiro que foi e que não volta mais. Dinheiro que hoje faz falta pela melhora que poderia ter feito na minha estrutura familiar e preferi rasgar as notas com besteiras sem valor. Não que deveria ter ficado em casa e não ter saído nunca. Aproveitei e tenho que aproveitar sim, mas tudo de forma estruturada. Não adiantar curtir tudo que a vida oferece em uma determinada área e abandonar outras. Não adianta curtir a vida e esquecer que as contas possuem prioridades. E o principal, não há como curtir se você não possui segurança no amanhã.

Existe aquele pensamento que amanhã posso nem estar vivo, mas se estiver, o sentimento de erro é pior. Existe mais um que diz que acordo arrependido, mas não durmo com vontade. Mas nem todas as vontades devem ou serão satisfeitas. É melhor passar vontade por uma noite do que viver tempos arrependido. Ainda mais quando a vida te coloca numa posição tão imóvel e sem possibilidade de retorno. Coloca numa cilada que não possui saída.

Saída? Existe sim. Se questionar. Pensar: Onde eu estava com a cabeça? Ver que errei e que não posso apagar o que foi, mas que posso seguir em frente. Tudo que aconteceu não foi para enterrar a vida, mas para crescer. Olhar o passado e falar “Putz, errei ali e aqui. Agora vou fazer assim”.

É mais fácil desistir

Um sentimento que está martelando na minha cabeça é que devo desistir de tudo. Que não há saída. Que devo colocar a mão no rosto e me esconder de vergonha. Tem dias que quero colocar minha cabeça num buraco escuro e ficar para todo o sempre.

Essa semana eu assisti um DVD da Madonna, onde ela faz uma analise de seu casamento. E ela diz “Não quero fácil. Fácil não faz pensar. Não faz crescer!”. Usei as palavras dela para o que estou vivendo e para não deixa a peteca cair. Teve que ser difícil na empresa que estava para eu ver outra possibilidade melhor. Precisou ser difícil para eu aprender como administrar meu dinheiro. E continuarão difíceis tantas coisas, mas para crescimento. Se tudo vem fácil, o que se aprende na vida?

Olhando Deus nesse tema, Ele não prometeu uma vida sem problemas aos seus filhos. Tempos difíceis existiria, mas com fé Nele, consigo seguir em frente sorrindo e aprendendo a ser melhor em todos os ângulos.

Seria mais fácil desistir, mas prefiro vencer!