domingo, 8 de março de 2009

O Sabor do Espelho





Na minha consulta ao psiquiatra, ele mencionou que eu havia perdido o habito de fazer algumas coisas que gostava e que isso simbolizava a perda de amor por atividades, sentimentos, sensações que eu adorava.

Seguindo esta linha de raciocínio, comecei a fazer algumas coisas que gostava e havia perdido o habito nos últimos meses.

Uma delas é escrever, e isso evoluiu de fácil modo. Questionei-me se deveria escrever de assuntos pessoais como depressão. Então não pensei e escrevi apenas, sem pretensões e objetivos, e funcionou como uma válvula de escape. Depois resolvi postar o texto e foi ainda melhor, não pelo carinho e atenção das pessoas, que me ajudou a dar força (agradeço a todos!), mas por me fazer aliviado. Senti que dividi um peso que estava me oprimindo e isso fez resultado nos últimos dias.
Recebi respostas de pessoas que passam e passaram pelo mesmo problema, e não estar sozinho ajuda. Cada um na sua particularidade e em níveis diferentes, mas todos num mesmo problema. Este que chega de mansinho e quando se vê já fez estrago.

A segunda atividade foi correr. No começo estava fugindo da esteira, mas fui. Ainda não peguei firme, mas reparei que vai exigir mais esforço para voltar. Foi um ato totalmente pelo impulso de melhorar e não me agradei muito em fazer, mas a paixão pela corrida está perdida na mente.

Outra atividade que fiz, pode até parecer coisa de doido, mas resolvi pintar o quarto e lavar toda a roupa que estava no guarda-roupa. Pintar o quarto trouxe melhora no astral em geral. O ambiente parece outro e a expectativa por mudanças e melhoras aumentam. Lavar toda a roupa, eu creio que, deve ser como tomar banho depois de um dia de trabalho, quando precisamos de energia nova.... Não sei bem se é isto, mas cada louco com sua mania.

Será que gosto disso? Fui impulsionado a gostar daquilo?

Pensar sobre as minhas atividades e buscar tudo que costumava fazer me fez refletir: Será que faço o que faço por amor, ou faço o que faço por impulso de fazer.
Comecei a questionar tudo que me senti tentado em fazer, e fazia. Comecei a buscar o sabor do que fazia, refletindo meus atos no espelho. Será que realmente gosto de conversar com pessoas novas. Será que gosto mesmo de escrever ou acho bonito escrever. Será que corria por gosto ou medo de ficar gordo, ou ainda, preciso ter medo de ser gordo. Será que realmente amo meu trabalho. Será que realmente minha família precisa de atenção, ou devo largar tudo.

Com isso a depressão reforçou um ponto na minha vida: o de procurar fazer tudo que realmente sinto paixão verdadeira em fazer. Não fazer por imposição da sociedade ou por hábito dos amigos. Se eu gosto de algo, devo fazer e não ficar com medo de julgamentos. Outro ponto foi de experimentar hábitos novos, sem o compromisso de dar ou não dar certo, vale a experiência. Vale tentar algo novo que será original para minha vida e para o meu ser. Não importa se outro já fez, fazia, ou não deveria ser assim. Vou fazer por tentativa, se vai virar habito será por amor.

Pensando nisso, hoje andei pelo centro da cidade e comecei observar lugares que nunca fui, mas que deveria ir para ver se me apaixono. Como ir numa exposição, ver uma peça de teatro e assistir um filme que ninguém nunca sabe que existe, mas que em lugares denominados alternativos se conhece e não apenas os “comerciais”. Antes já havia pensado em fazer isso por achar “cool”, e por isso nunca tive motivação de ir. Pois iria agradar os demais, e isso nunca fez parte das minhas atitudes. Agora estou pensando em ir pela tentativa de algo novo, buscar encontrar hábitos diferentes. Vamos ver se virá habito, ainda estará em teste.

Também sai para almoçar e andar em shopping. Sair para comer continua invicto nas atividades que gosto, ainda mais se estiver comendo algo diferente. Agora andar em shopping foi algo detestável. Coisa chata ficar olhando vitrine e andando pelos corredores que parecem todos iguais. Isso já está riscado da minha lista.

Deus invicto!

Nesses momentos de reflexão muita coisa vagou pela minha cabeça e está vagando, mas há um lugar que não se toca. Este lugar é onde mora o amor por Deus. De tudo que pensei e refleti, por um momento balancei, mas o amor por Deus continua intacto. Mesmo não indo na igreja, meu coração continua querendo mais de Deus!!

Amanha volto a trabalhar, depois de uma semana longe, e na terça-feira começo a terapia. Graças a Deus, começo a ver luz no fim do túnel...

Um comentário:

Diego Oliveira disse...

Bom pelo que li até aqui, o sol já começa a brilhar em sua vida novamente!
Deu uma de Chica e lavou toda a roupa... quer ir em casa lavar as minhas tô precisando rsrsrs mas o melhor do texto foi o fato de vc ter saido, refletido sobre a ação, e não tenha medo de se questionar, isso é bom pra alma.
Quanto a terapia, continue e veja se pode dar continuidade com um psicologo, assim que passar essa fase mais pesada Arduine.
Bom domingo Ibira??? Espero que sim e que vc venh correr por que vc gosta e não pra prevenir uma possivel obesidade rsrsrs

Aquele abraço, muitos desejos e ações pra que VIVA segundo a vontade de DEUS!!!

Diego Oliveira